Michigan acende o alerta para Biden, que precisa apaziguar a insatisfação de uma parcela de seu partido em relação à guerra de Israel em Gaza

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Nova Londrina,01/11/2024

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Michigan acende o alerta para Biden, que precisa apaziguar a insatisfação de uma parcela de seu partido em relação à guerra de Israel em Gaza

Fonte: g1.globo.com
Michigan acende o alerta para Biden, que precisa apaziguar a insatisfação de uma parcela de seu partido em relação à guerra de Israel em Gaza


Voto de protesto fica em segundo lugar nas primárias do estado e pode se repetir nas próximas prévias. Biden em 1º de fevereiro de 2024
REUTERS/Evelyn Hockstein/File Photo
O alerta acendeu na campanha de Biden após os resultados das primárias em Michigan. O presidente venceu com folga, com 80% dos votos, mas 14.5% dos eleitores cravaram a opção “sem compromisso”, que ficou em segundo lugar, à frente dos outros dois pré-candidatos nanicos do Partido Democrata.
Esta parcela árabe-americana do eleitorado deixou claro nas urnas o protesto contra o apoio do presidente americano a Israel na guerra em Gaza. Biden tentou acalmar os ânimos na véspera das primárias, quando anunciou esperar um acordo visando à libertação de reféns e ao cessar-fogo no enclave palestino para a próxima semana.
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A expressiva comunidade árabe de Michigan, ao que parece, não se deixou seduzir pelo otimismo de Biden e seguiu os apelos do movimento “Listen to Michigan”. Funcionários do governo Netanyahu e do Hamas também expressaram descrença em relação à perspectiva de um cessar-fogo humanitário.
Ao contrário, o premiê israelense tem planos para uma ofensiva em Rafah e divulgou seu plano para o futuro do território palestino no pós-guerra, que prevê o controle de segurança sobre a Faixa de Gaza e a criação de uma zona-tampão inabitada ao longo da fronteira com Israel.
Réu em três processos por corrupção e abuso de poder, o premiê israelense está aferrado ao cargo e à sua coalizão extremista e não tem pressa alguma para pôr fim à guerra contra o Hamas. A prorrogação do conflito assegura, a priori, a sustentação de sua aliança no governo e a permanência no poder.
O governo americano e o de Israel estão em rota de colisão em relação ao futuro da guerra, à reconstrução de Gaza e à solução de dois Estados na região. Mas, na prática, Israel vem obtendo apoio dos EUA em vetos sucessivos no Conselho de Segurança da ONU sobre o cessar-fogo.
Voltando a Biden, o presidente americano tem um problema que se agrava — o de apaziguar a insatisfação na ala esquerda de seu partido, que protesta contra a condução de sua política em Gaza. Depois de Michigan, outros estados poderão imitar o voto de protesto contra a guerra nas próximas primárias.

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